quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Coloque seus sapatos...


Síndrome do conformismo no casamento - extraído do livro “As regras de ouro dos casais saudáveis


 
 
O conformismo é uma armadilha da mente humana que aprisiona as pessoas, inclusive aqueles que têm grande potencial. Também conhecida como síndrome da psicoadpatação aprisiona o processo da leitura da memória levando-nos a pensar e nos comportar sempre da mesa maneira.
Qualquer mudança é um sacrifício. As pessoas nas garras dessa síndrome creem na tese insana e infantil de que pau que nasce torno morre torto.
Sentem que são programadas para serem infelizes. Acreditam em sorte e azar, são doentiamente supersticiosas. Creem que são assim e morrerão assim. Uma personalidade conformista morrerá com seus defeitos. Uma personalidade inconformada terá subsídios intelectuais para mudar seu destino. Não há pessoas de sucesso ou fracasso, mas pessoas que fecharam ou se abriram o circuito de sua memória. Muitos casais passam mundos e fundos para ficar um com o outro no início da relação. Enfrentam tempestades, frio, crises financeiras, maus humos dos parentes, diferenças de personalidade. Parece que nada detém as lavaredas do amor. Mas, com o passar do tempo, os amantes vão se psicoadaptando um ao outro, já não brincam mais, já não são tolerantes, flexíveis, criativos. Engessam suas mentes, não tem a mesma disposição de enfrentar os invernos da vida , para dar um beijo, para trocar um olhar e sentir o calor do corpo um do outro. Tornam-se escravos da rotina. Tornaram-se idosos emocionalmente. Envelheceram precocemente o amor. Um casal pode ter cinco anos de relacionamento, mas cem anos de idade afetiva. Muitos casais que vão a restaurantes, cinemas, festas estão num asilo emocional. Só se motivam quando tem algo novo para fazer. A.T. era um jovem apaixonado, inventivo, prestativo, um gentleman . Gostava de viajar, brincar, se aventurar com a mulher que escolheu para viver. Casou-se e parecia que a relação seria um eterno jardim, mas pouco depois começou a mergulhar no tédio. Ficava cada vez mais afundado no sofá diante de uma TV. Depois de dez anos parecia um ser humano em estado terminal. Vivia uma mesmice sem fim. Não elogiava a esposa, não comentava, nem perguntava nada sobre ela, era um túmulo. Fez voto de silencio mesmo não sendo um religioso. Estava enterrado no banco endividado permanecia. Conformista, não se reinventava como profissional para criar, impactar pessoas e aproveitar as oportunidades para ter um lugar melhor ao sol. O mundo podia estar caindo ao seu redor , mas ele simplesmente não reagia. Era tão egoísta que, mesmo sabendo que sua relação estava falida, não tomava qualquer atitude. Bastava ter o controle da TV a cabo que estava tudo certo. Até que a esposa bradou: “Socorro, casei como um monge!” Foi assim que me procurou. Ele achava que nunca perderia a esposa. Pedi que ela mudasse seus estilo de vida. Saísse com as amigas, visitasse os pais e irmãs, fosse a algumas festas, enfim, não se enterrasse junto com ele. Um mês depois o conformista entrou em crise, percebeu que tinha de investir em quem amava, caso contrário a perderia. Passado o susto, ele me procurou e lhe falei sobre o cárcere da síndrome da psicoadaptação. Ele entendeu que por detrás de seu conformismo havia uma pessoa profundamente egoísta. Assim, o ajudei a se reinventar, não apenas como parceiro, mas também como profissional. Reitero: Uma pessoa conformista fere profundamente seu parceiro sem usar objeto cortante, asfixia o parceiro sem tirar o seu oxigênio. Uma relação saudável, profunda e feliz precisa de superação das manias, da timidez, rigidez, fobias, mesmice, precisa ainda de doses de aventura e sonho. O conformista primeiramente é um algoz de si e depois de quem ama.
Texto extraído do livro “As regras de ouro dos casais saudáveis!, de Augusto Cury, editora Academia.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Restauração




As pessoas gostam de enumerar quase tudo, tanto suas conquistas e não menos seus insucessos, tudo parece girar em torno de quanto tenho, quanto devo, quanto posso, quanto custa, quanto demora, quanto é, quanto foi, quanto será? Presente, passado e futuro são contados na linha do tempo de seus dias, enumerados de bons e maus resultados, em somas disto ou daquilo. Jesus não tinha muito tempo para pensar sobre quanto Ele deveria fazer as mesmas coisas, ou quanto lhe custaria fazê-las, ou sobre quantos perdões Ele teria que liberar. Jesus tinha uma urgência e Ele estava aqui para atendê-la, não importa quantas vezes Ele tivesse que dizer: "Perdoados lhe são os seus pecados, ou vá  e não  peques mais... " Certa vez Ele disse: " A quem mais perdoou, mais amou" pensava eu que cabia a esta afirmativa a seguinte interpretação: A quem se perdoa mais é porque se ama mais. Talvez isto também se aplique. Mas lendo com um pouco mais de atenção percebi que na verdade a intensidade ao "mais amou" é  decorrente de uma ação: "mais perdoou" ou seja: não existiria o "mais amou sem o mais perdoou" Uma ação repetitiva, que gerou uma outra ação, que se intensifica decorrente da anterior. Logo, o que Jesus afirmou na verdade, é que quanto mais perdôo alguém, mais amor é gerado em seu coração. Quanto menos perdôo a alguém, menos amor esta pessoa me têm. Ou seja, a existência do amor em nossos corações é como que um fogo que precisa de um combustível: Perdão! Quanto mais perdão, mais amor é gerado, mais vida dentro de nós, e por que mais vida? Porque o perdão ou o não perdão é uma atitude do coração. Jesus disse certa vez: "Uma pessoa boa produz do bom tesouro do seu coração o bem, assim como a pessoa má, produz toda a sorte de coisas ruins a partir do mal que está em seu íntimo, pois a boca fala do que está repleto o coração. Lucas 6:45. O coração é o órgão responsável por bombardear a vida dentro do nosso corpo:o sangue. É  por isso que Deus nos adverte em Provérbios 4:23 "Acima de tudo o que se deve preservar, guarda o íntimo da razão, pois é da disposição do coração que depende toda a tua vida". Uma vida sem perdão significa então uma vida pobre de amor. Quando não perdoamos alguém, estamos condenando esta pesssoa a uma vida rasa de afeto. E privamo-la de crescer em amor enquanto nos refugiamos em nossa proteção, negamos a ela a oportunidade de nos amar. Achamos em nossa ignorância que a estamos privando do nosso amor. Enganamo-nos. Na verdade a estamos privando de amar-nos. Não seria por isto que Jesus disse ao estar na cruz: Pai perdoa-os! Jesus sabia por onde caminha a via do amor. Mas então em nossa lógica diríamos: "mas eles nem estavam arrependidos" sim eles ainda não estavam, mas Jesus dizia com isso: o caminho do arrependimento está aberto e eles me amarão! Gostamos de receber presentes, Jesus porém gostava de dar. Deus trabalha para dar, nos trabalhamos para receber. E porque será que trabalhamos tanto e parece que nossa necessidade é  sempre crescente? Esperamos receber, e ficamos preocupados se temos muito a pagar. E no entanto, já somos devedores em potencial: do perdão que não damos, do amor que abortamos, da pobreza que condenamos. Queremos ser ricos com uma alma pobre. Investimentos mal, temos carregado um saquitel furado. Queremos sacar o que não depositamos e ficamos tristes com o extrato de nossas vidas. Queremos antes fazer as somas, nos questionamos e analisamos se não merecíamos mais, e todavia negamos esse "mais" quando ele se apresenta como: "ande um pouco mais", "dê mais, " oferece-lhe mais". Não sabemos que a lógica de Deus contraria nossas razões matemáticas? E então deixamos escapar a oportunidade de experimentarmos o melhor vinho, reservado para o fim da festa que talvez nem aconteca, já que estamos sufocados com os nossos: "quantos e tantos". Quantos perdões ainda tenho que liberar? E tantos... iguais ou diferentes!? Justificamos-nos: Talvez eu não tenha mais vinho para oferecer já que não reservei água para o milagre, já que eu também tenho minhas necessidades que  são prioridade, eu preciso saciar minha sede e não entendo porque bebo todo dia e ela não passa... E nunca vai passar, enquanto não  aprendermos a liberar a fonte: Perdão!
Precisamos do amor que não quisemos receber, quando negamos a oportunidade dele crescer, e lhe negamos a água de que também precisamos para viver. Cavamos para nós cisternas rotas e morremos de sede, isto, além de nos expormos aos perigo de ficarmos encarcerados nela, quando como tomaram a José e a Jeremias e os lançaram numa cisterna seca. Pois para isto é que servem as cisternas rotas (que não retem água), "corações que não retem amor". Somos essa terra que clama a cada dia: "Me molha, me lava, me ensina, me inspira e arde outra vez no meu coração.  Me molha, me lava, me ensina, me inspira e arde outra vez no meu coração com fogo, com fogo!  Me molha, me lava, me ensina, me inspira Deus!  E arde outra vez no meu coração!"
Que possamos estar como diz o fim desta canção: "de braços abertos" à oportunidade do "...mais amou" sempre que ela vier pedindo: Dai-me de beber!



Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (Mc 8.34.)


A cruz que o Senhor me manda tomar e carregar pode assumir diferentes formas. Pode ser que eu tenha de me contentar com uma esfera humilde e estreita, quando sinto capacidade para trabalho muito mais elevado. Pode ser que eu tenha de cultivar durante muitos anos um campo que não me parece trazer colheita alguma. Pode ser que Ele me mande nutrir pensamentos amáveis sobre alguém que me prejudicou, e pode ser que eu seja levado a falar-lhe brandamente, a tomar a sua defesa contra alguém que se opõe a ele, a cercá-lo de simpatia e dar-lhe minha ajuda.
Pode ser que eu tenha de confessar a meu Mestre no meio daqueles que não querem ser relembrados da existência dEle, nem dos Seus direitos sobre eles. Pode ser que eu seja chamado a andar entre os homens com rosto radiante, quando meu coração está partido. Existem muitas cruzes, e todas elas são dolorosas e pesadas. Nenhuma delas será procurada por mim de iniciativa própria.
Mas Jesus nunca está tão perto de mim como quando tomo a minha cruz e, submisso, coloco-a sobre os ombros, e a recebo com as boas-vindas de um espírito paciente e conformado. Ele Se aproxima, para fazer amadurecer a minha sabedoria, para aprofundar a minha paz, para aumentar a minha coragem, para aumentar minha capacidade de ser útil aos outros, e isto através da própria experiência que se faz tão pesada e angustiante. E então — como estava escrito no sinete de um heróico prisioneiro — Eu cresço sob a carga. — Alexander Smellie
"Aceite sua cruz como um bordão, não como um tropeço."
Trecho retirado do livro "Mananciais do deserto"

Prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte... e ali põe-te diante de mim no cume do monte." (Êx 34.2.)


 
A manhã é o tempo que eu estabeleci para estar a sós com o Senhor. A própria palavra manhã é como um belo cacho de uvas. Vamos esmagá-las e beber o vinho sagrado. De manhã! É a hora que Deus preparou para eu estar no melhor do meu vigor e esperança. Não vou ter que subir ao monte na hora em que estou cansado. Durante a noite eu sepultei a fadiga de ontem, e de manhã tomo uma nova porção de energia. Bendito é o dia cuja manhã é santificada! Bem sucedido é o dia cuja primeira vitória é conquistada em oração! Santo é o dia cuja aurora nos encontra no cume do monte!
Meu Pai, estou indo! Nada na planície rasteira me afastará das santas alturas. Ao Teu comando eu vou, então Tu virás encontrar-Te comigo. De manhã no monte! E estarei forte e alegre por todo o resto de um dia tão bem iniciado. — Joseph Parker
Minha mãe possuía o hábito de, todos os dias imediatamente após o café da manhã, recolher-se ao seu quarto e passar uma hora em leitura da Bíblia, meditação e oração. Daquele período, como se fosse uma fonte pura, ela tirava a força e a doçura que a capacitavam para todos os seus afazeres e para permanecer sem agitação no meio das banalidades e pequenos aborrecimentos que são tantas vezes motivo de perturbação em lugares onde a vizinhança é muito próxima.
Quando eu penso em sua vida, e em tudo o que teve de suportar, vejo o completo triunfo da graça cristã em seu precioso ideal de mulher cristã. Nunca vi seu gênio alterado; nunca a ouvi proferir uma palavra de ira, calúnia ou maledicência; nunca observei nela nenhum sinal de um só sentimento que não ficasse bem numa alma que havia bebido do rio da água da vida e que se havia nutrido do maná em pleno deserto. — Farrar
Dê a Deus a flor do dia. Não O ponha de lado juntamente com as folhas secas.
Trecho retirado do livro "Mananciais do deserto"